terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tema: Placas Tectônicas

 

Indício de ruptura de placa tectônica associada a terremotos sob o Oceano Índico

Fonte: The New York Times News Service/Syndicate - | Por Helen Shen

 

A etapa final de formação de um novo limite de placa tectônica na superfície terrestre talvez esteja por trás dos dois fortes terremotos que sacudiram a área sob o Oceano Índico no dia 11 de abril.

De acordo com três artigos publicados online na revista Nature, a tensão geológica que está rompendo a placa indo-australiana foi a provável causadora dos terremotos de magnitude 8.6 e 8.2 ocorridos ao longo de diversas falhas e que desencadearam abalos sísmicos secundários durante os 6 dias que se seguiram ao evento.

Desde os anos 1980 os sismólogos suspeitam que a placa indo-australiana esteja se rompendo. Contudo, os terremotos do dia 11 de abril são 'o exemplo mais incrível' desse processo, afirma Matthias Delescluse, geofísico da Escola Superior Normal, de Paris, e principal autor do primeiro artigo. 'Este é o exemplo mais evidente de formação recente de limite de placa tectônica' em todo o mundo, afirmou.

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De acordo com a teoria das placas tectônicas prevalecente, a deformação interna da placa indo-australiana iniciou há 10 milhões de anos. Quando se movimentava em direção ao norte, ela colidiu com a placa da Eurásia na área próxima à Índia, formando o Himalaia e diminuindo a velocidade de deslocamento da placa da Índia. A maioria dos cientistas acredita que a porção australiana seguiu avançando, o que criou tensões de deformação que estão rompendo a placa sob o oceano Índico.

Delescluse e sua equipe inferiram a existência dessa tensão sísmica através do desenvolvimento de modelos das alterações de tensão ocorridas pouco antes dos terremotos de 2012. Eles descobriram que os dois terremotos ocorridos antes ao longo do limite da placa a leste – o tremor de magnitude 9.1 que desencadeou um forte tsunami em todo o Oceano Índico em 2004 e outro terremoto em 2005 – provavelmente provocaram o evento de 2012 quando produziram acúmulo de tensão extra na área central da placa.

Deslizando para longe

A maioria dos grandes terremotos acontece quando duas placas colidem em seus limites e uma desliza para baixo da outra. Em contrapartida, quando placas, ou partes delas, deslizam horizontalmente ao longo de uma falha geológica, geralmente ocorrem os terremotos superficiais de falhas transcorrentes – quando não há divergência, nem convergência entre placas.

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Mas o primeiro evento de 11 de abril contrariou as expectativas por ter sido o maior terremoto de falha transcorrente já registrado e um dos mais fortes a ocorrer longe dos limites de placa normais.

No segundo estudo, os pesquisadores descobriram que houve uma liberação de tensões acumuladas ao longo da placa no evento de 11 de abril, resultando em um dos mais complexos formatos de falha já observados. Ao contrário da maioria dos terremotos que ocorrem ao longo de uma única falha, este fez deslizar quatro falhas, sendo que uma delas deslizou por pelo menos 20 a 30 metros.

Impressões duradouras

Ainda que o foco maior dos pesquisadores tenha sido a análise de como os terremotos ocorreram, alguns também estão estudando as consequências do grande tremor. No terceiro estudo, os cientistas descobriram que, durante os seis dias que se seguiram ao evento, aconteceram em todo o mundo terremotos de magnitude superior a 5.5 com frequência quase 5 vezes maior que a normal.

'Os abalos sísmicos secundários geralmente ficam restritos às áreas próximas do abalo principal', afirma Fred Pollitz, principal autor do estudo e geofísico do Serviço Geológico dos Estados Unidos, em Menlo Park, na Califórnia. Ele afirma que o evento ocorrido no dia 11 de abril deve desafiar definições convencionais de intervalo de tempo e proximidade entre abalos sísmicos secundários e grandes terremotos.

Exercício do Tema

(FGV) Observe a imagem da Falha de Santo André, na Califórnia (EUA).

(http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/04/falha-de-san-andreas.jpg)

A importante Falha de Santo André (transcorrente) está relacionada

a) ao deslizamento horizontal entre as placas do Pacífico e Norte-Americana.
b) ao rebaixamento da placa de Nazca em relação à placa do Pacífico.
c) à meteorização da plataforma continental do litoral Pacífico.
d) à corrosão das rochas que formam o substrato cristalino californiano.
e) ao ravinamento das rochas resultante da semiaridez do oeste californiano.